domingo, 23 de dezembro de 2007
terça-feira, 27 de novembro de 2007
DESVIO SOCIAL
Neste sentido, o desvio deve ser, não só, encarado como um atentado à ordem social vigente, mas também, deve ser perspectivado como uma incapacidade dos grupos e das sociedades no que se refere à sua função socializadora e de controlo dos seus membros.
Ainda que pareça um paradoxo, o desvio pode traduzir-se num fenómeno de conformidade, isto é, de conformidade em relação a um grupo que não assume como seu o padrão normativo da sociedade ou do grupo mais em que está integrado. Esta relação entre desvio e conformidade tem haver com o facto de que o desvio não significa necessariamente uma recusa ou incapacidade de participar numa vida social. Mas temos também que considerar que os comportamentos desviantes, mesmo aqueles que se designam por free riding, se traduzem, não na recusa da ordem dominante, mas antes nas estratégias que têm em consideração a matriz social em que se desenvolvem.
Também o conceito de controlo social pode assumir dois sentidos diferentes. Por um lado, o controlo, segundo uma visão clássica, é entendido no sentido de vigiar e punir. A punição traduz-se em sanções positivas e negativas, portanto, alimentam o comportamento positiva ou negativamente. Por outro lado, mas tendo em consideração o sentido anterior, o controlo social assume uma dimensão interna e antecipadora. Isto significa que, os processos sociais importantíssimos como a socialização e respectiva interiorização de determinadas normas e valores culturais constituem-se em formas de controlo da sociedade sobre os sujeitos.
Os fenómenos de desvio são fenómenos universais, ainda que variem na forma e conteúdo, de sociedade para sociedade. No entanto, todas as sociedades, mesmo as designadas como primitivas verificam fenómenos deste tipo, tanto de desvio como, obviamente, de controlo social.
No entanto, interessa-nos analisar o desvio nas sociedades modernas, quais os seus efeitos e contornos. Assim, é fundamental considerar os processos de industrialização e respectiva urbanização das sociedades que foram acentuados na segunda metade do século XIX. Estes processos despoletaram inúmeras transformações ao nível da imigração, da produção, do consumo, da mobilidade social, da ciência, etc. ao mesmo tempo, houve um importante número de transformações estruturais e institucionais, que não podem ser dissociadas dos fenómenos de desvio e controlo social. Estas transformações apresentam-se essencialmente em três tipos.
O primeiro diz respeito à crescente transformação e perda de influência dos grupos sociais primários na socialização dos indivíduos, nomeadamente da família e vizinhos. O controlo social passa a ser exercido fundamentalmente pelos grupos secundários (Foucault), como a escola e outras instâncias institucionais. O controlo social passou, então, a ter uma dimensão abstracta e universal, centralizada e formal, subtraindo aos grupos primários o seu anterior monopólio.
A segunda transformação refere-se a um difusão de uma racionalidade instrumental que se reflecte no aumento da produtividade das sociedades, produtividade esta que abandonou o seu carácter tradicional, e passou a funcionar segundo a lógica do lucro, da acumulação de riqueza e do investimento. Face a esta difusão, revela-se uma sistemática produção de novas necessidades sociais, e assim, surge um novo tipo de agente social – “o consumidor padrão”.
A terceira transformação a que nos referimos tem haver com a adopção de novos valores, normas e ideologias. No centro do cenário ideológico que acompanhou o desenvolvimento das sociedades modernas, encontramos conceitos como o da diversidade e fragmentação. Mas existem outros conceitos que se revelam mais ou menos consensuais, como é o caso de democracia, cidadania, individualismo e universalidade. As sociedades modernas enfatizam, assim, a anciã de riqueza, de prestígio social, de poder, de mobilidade/ascensão social. Mas a modernidade trouxe também uma maior tolerância e colocou a tónica nos valores de liberdade e criatividade individual (se bem que a liberdade, nos nossos dias, é muito discutível e extremamente limitada, embora essa limitação seja conscientemente reconhecida pelos indivíduos).
Perante estas transformações, o desvio e o controlo social passaram a ser vistos de outra forma, as modificações sociais que ocorreram despertaram interesse pelo seu estudo.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
sábado, 3 de novembro de 2007
"A TOXICODEPENDÊNCIA"
A toxicodependência é um fenómeno, cuja explicação e intervenção deve assentar na análise de três variáveis: a individual, a familiar e a social.
Para além dos aspectos intrínsecos da droga enquanto produto, a toxicodependência como processo assenta, por um lado, no indivíduo, cujo percurso de vida se constrói com as condicionantes que o envolvem, por outro lado na família, que lhe forneceu os primeiros quadros de referência geradores do seu processo de socialização, e na sociedade que o integra, de acordo com as normas e regras subjacentes a essa mesma sociedade.
Por esta razão a toxicodependência é um fenómeno total, que compreende as diferentes dimensões da vida social e humana. Neste sentido a intervenção do Serviço Social deverá considerar a complexidade interactiva de todos estes factores e dela apreender os padrões que constituem objecto do seu interesse.
Independentemente das diferentes causas que conduzem à toxicodependência, o importante é ter a percepção de que todos os indivíduos não deixam de ser actores de um projecto individual.
Com efeito, alguns actores sociais assumem formas de estar e enveredam por caminhos que nem sempre a sociedade aceita como comportamentos aprovados. A toxicodependência é uma dessas opções, cuja vontade individual nem sempre é fácil de distinguir das contingências e das coerções da vida familiar e social.
A intervenção na área da toxicodependência pode ser realizada ao nível da Prevenção, da Redução de Riscos e Minimização de Danos; assim como, na Reinserção Social e na Investigação.
“A prevenção (…) é uma estratégia para evitar que aconteça algo considerado negativo. É geralmente uma estratégia recomendada com base no pressuposto de que o Estado de um sistema individual/interno familiar, comunitário, etc.; anterior a um problema é mais harmonioso. (Melo, 2002,pp:?)
A prevenção pode ser primária, onde não existe uma intervenção “directa” sobre o fenómeno.
A prevenção também pode ser secundária. Esta visa preparar o indivíduo e o seu meio envolvente com as condições necessárias à sua reinserção.
Os Assistentes Sociais assumem um papel importante de interacção com o meio e com a equipa técnica (nomeadamente o terapeuta), constituindo ponto de ligação e de mediador. É de referir que o acompanhamento se reveste de uma importância extrema de modo a estabelecer uma relação de ajuda com o indivíduo, criando uma relação de empatia.
Paralelamente, há todo um trabalho de investigação e formação que deve sustentar teoricamente a prática, nomeadamente sobre as características das drogas e do trabalho com toxicodependentes.
O desenvolvimento do projecto terapêutico deve ser individualizado encarado numa perspectiva integrada e onde o sujeito deve ser visto numa lógica Bio-Psico-social.
Para se realizar uma abordagem terapêutica existem determinados factores a considerar, tais como, as características individuais, as motivações/objectivos/expectativas, as condições familiares e sócio-económicas e os recursos que existem.
Existem diversos níveis de objectivos que o indivíduo e o técnico pretendem alcançar num tratamento em toxicodependência. A abstinência ao nível das substâncias e a reestruturação do estilo de vida, estes devem andar um a par do outro, são o primeiro objectivo.
Como objectivo intermédio surge a diminuição dos consumos e dos riscos associados ao consumo, a melhoria do estado de saúde e a melhoria do funcionamento familiar, laboral e social.
A autonomização é o último objectivo, o indivíduo deixa de consumir drogas e passa a ser independente ao nível das substâncias e a todos os níveis da sua vida.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
A (IN)SEGURANÇA
Desde algum tempo no nosso concelho vivemos um ambiente de intranquilidade já não apenas de noite mas também agora de dia.
São inúmeros os relatos de assaltos que se tem vindo a verificar, e muitas vezes episódios caricatos, para quem houve, e acho que também para a nossa força de segurança, pois nada ou quase nada tem feito, que assuste os amigos do alheio.
Devem ser bem poucas as casas comerciais nesta vila que não conheceram uma entrada meia forçada sem os donos e que não limpassem o que por lá havia. Como já quase todas essas casas comerciais já “foram limpas” agora e necessário alargar o mercado e não é que as casas particulares estão a ser limpas, e limpam tudo é dinheiro, roupa, ouros, até ferramentas (ainda se fosse para trabalharem com elas).
O mais caricato é que não vemos a nossa força de segurança publica que tanto brio tem nas suas operações stop em fins de semana que o tribunal da Povoação esta de serviço, não tenha o mesmo brio em terminar com estes casos de policia no nosso concelho.
A segurança é um direito que assiste a todos os cidadãos, não quero pensar que além de estarmos a pagar para ter segurança com os nossos impostos temos de pagar ainda a empresas privadas para garantir a segurança das nossas casas.
Tenham consideração pelos povoacenses e retribuem pelo menos este direito a todos os cidadãos. O DIREITO A SEGURANÇA.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
THE USA
Entrar num pais como os EUA, impõe sempre algum respeito, não só pelas medidas de segurança mas também forma como os nossos patrícios vivem o respeito pelo país que os adoptou.
É curioso, verificar em cidades como New Bedford ou Fall River, onde se houve falar português nas ruas, onde se toma o café português, onde se bebe a cerveja portuguesa, onde se vê a televisão portuguesa, envolvida em regras e leis, que nada têm a ver com Portugal, com isto não estou a tecer qualquer critica mas sim a constatar factos pois e efectivamente outro pais.
Mas também é um pais de grandes desigualdades, onde não temos a hipótese de discutir se esta bem ou mal, “é e pronto”.
Contudo muitos dos que emigraram vivem de uma forma que em Portugal nunca teriam hipótese, é efectivamente um pais de oportunidades, onde até no desemprego se ganha mais do que muitos licenciados empregados no nosso Pais.
E não me venham dizer que o custo de vida lá é muito mais elevado, na zona onde estão os nossos compatriotas, não o é. Como se explica que um carro com mais cilindrada, mais extras custe menos 20.000,00 euros do que em Portugal. Este é um exemplo.
Agora se pensarmos em viver em zonas mais cosmopolitas, ai sim pode se dizer que o nível de vida é elevado.
terça-feira, 21 de agosto de 2007
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
VERÃO 2007
A última semana tive a oportunidade de acompanhar a Filarmónica Sagrado Coração de Jesus, do Faial da Terra á ilha Terceira mais propriamente as Festa da Praia 2007, e a Orquestra da Câmara Municipal da Povoação a Semana do Mar na Horta, Ilha do Faial.
São sempre agradáveis os momentos de convívio entre estes grupos e não vou comparar porque diverti-me imenso com estes dois grupos, são grupos onde passo varias horas a tocar musica e com eles gosto de estar.
Mas uma coisa devo confessar a Filarmónica do Faial da Terra brilhou na Ilha Terceira, por onde passávamos as palmas enchiam-nos de orgulho, dando-nos valor, a um esforço de meses a preparar concertos e procissões. Para um músico não há nada melhor do que receber palmas quando esta a tocar e isso sentimos calorosamente nesta viagem.
Por outro lado, e costuma ser mais difícil é o convívio entre as varias gerações mas mesmo isso foi bonito de se ver, desde os mais jovens aos menos jovens todos se divertiram e assumiram com responsabilidade a missão de representar a sua terra com brilho.
Com a Orquestra da Câmara Municipal da Povoação, não foi a primeira vez que sai com eles, mais uma vez o convívio foi o prato forte ( e a bebida ), independentemente dos contratempos que já nos são familiares, demonstramos que esta orquestra é composta por músicos de grande valor e que motivados, por onde passam são os melhores.
Gostaria que quem organiza as viagens da orquestra o fizesse com o respeito que sentimos por quem nos recebe…
sábado, 28 de julho de 2007
BOMBEIRO VOLUNTÁRIO
Ser Bombeiro Voluntário é uma das mais nobres funções que um ser humano pode exercer enquanto vivo.
Estar disponível a qualquer hora e em qualquer situação, sem remuneração, deveria ser entendido pelo resto da população como um acto a valorizar e não a desvalorizar.
Entendo o ser Bombeiro Voluntário como uma missão, um serviço e uma obrigação pois se recebemos formação para determinadas situações não sabemos onde e quando temos de por em prática esse nosso saber.
Enquanto estive por terras do Continente, mais propriamente por terras de trás-os-montes, procurei aprender uma realidade que ainda não sentimos aqui nos açores a realidade dos Incêndios Florestais.
Lembro-me que no início muitos acharam-me louco, talvez o seja mas não sei ouvir uma sirene e ficar pávido e sereno como se não fosse nada comigo. A primeira vez que ouvi a sirene no continente estava eu em Mirandela, de imediato acorri ao quartel perguntando se podia ser útil, tinha 6 meses de bombeiro. Era um Incêndio Florestal que estava a deflagrar e que estava a por em perigo habitações, O Comandante da Corporação de Mirandela, olhou para mim e disse, “…não temos farda disponível…” ao qual respondi tenho a minha farda no carro e ele disse “… então seja bem vindo…. “.
Na Cidade de Vila Real foi mais ou menos a mesma situação apresentei-me no quartel dos Bombeiros Voluntários da Cruz Verde expliquei que estava a viver lá, que era Bombeiro nos Açores e logo aceitaram-me como um deles.
Mais tarde quando fui estagiar para Murça pedi ao Comandante dos Bombeiros Voluntários de Murça autorização para intervir juntamente com os seus homens ao qual também fui aceite.
Nestas 3 Corporações de Bombeiros aprendi um pouco de tudo, a realidade dos Incêndios Florestais, dos acidentes da famosa IP4, e de toda a envolvencia que este tipo de situação trás.
Sinto-me mais rico no saber enquanto Bombeiro e Pessoa, tive a oportunidade de fazer amigos que nunca esquecerei e que não vou dizer os seus nomes para não falhar nenhum, por isso agradeço a todos os elementos das Corporações de Mirandela, Cruz Verde e Murça, nas pessoas dos seus Comandos, especialmente ao Comandante Joaquim Teixeira de Murça, ao Comandante Mota da Cruz Verde e o seu 2ºComandante o meu amigo Miguel, e seus Adjuntos Eduardo, este com um abraço especial, e o Adjunto Joaquim.
Agradeço a oportunidade que me deram, espero que continuem a dar com o mesmo espírito o vosso máximo ás corporações.
E agora que prevêem um mês de Agosto quente um bom trabalho para vocês e sabem que se necessitarem e só apitar.
Ser Bombeiro Voluntário é uma das mais nobres funções que um ser humano pode exercer enquanto vivo.
Estar disponível a qualquer hora e em qualquer situação, sem remuneração, deveria ser entendido pelo resto da população como um acto a valorizar e não a desvalorizar.
Entendo o ser Bombeiro Voluntário como uma missão, um serviço e uma obrigação pois se recebemos formação para determinadas situações não sabemos onde e quando temos de por em prática esse nosso saber.
Enquanto estive por terras do Continente, mais propriamente por terras de trás-os-montes, procurei aprender uma realidade que ainda não sentimos aqui nos açores a realidade dos Incêndios Florestais.
Lembro-me que no início muitos acharam-me louco, talvez o seja mas não sei ouvir uma sirene e ficar pávido e sereno como se não fosse nada comigo. A primeira vez que ouvi a sirene no continente estava eu em Mirandela, de imediato acorri ao quartel perguntando se podia ser útil, tinha 6 meses de bombeiro. Era um Incêndio Florestal que estava a deflagrar e que estava a por em perigo habitações, O Comandante da Corporação de Mirandela, olhou para mim e disse, “…não temos farda disponível…” ao qual respondi tenho a minha farda no carro e ele disse “… então seja bem vindo…. “.
Na Cidade de Vila Real foi mais ou menos a mesma situação apresentei-me no quartel dos Bombeiros Voluntários da Cruz Verde expliquei que estava a viver lá, que era Bombeiro nos Açores e logo aceitaram-me como um deles.
Mais tarde quando fui estagiar para Murça pedi ao Comandante dos Bombeiros Voluntários de Murça autorização para intervir juntamente com os seus homens ao qual também fui aceite.
Nestas 3 Corporações de Bombeiros aprendi um pouco de tudo, a realidade dos Incêndios Florestais, dos acidentes da famosa IP4, e de toda a envolvencia que este tipo de situação trás.
Sinto-me mais rico no saber enquanto Bombeiro e Pessoa, tive a oportunidade de fazer amigos que nunca esquecerei e que não vou dizer os seus nomes para não falhar nenhum, por isso agradeço a todos os elementos das Corporações de Mirandela, Cruz Verde e Murça, nas pessoas dos seus Comandos, especialmente ao Comandante Joaquim Teixeira de Murça, ao Comandante Mota da Cruz Verde e o seu 2ºComandante o meu amigo Miguel, e seus Adjuntos Eduardo, este com um abraço especial, e o Adjunto Joaquim.
Agradeço a oportunidade que me deram, espero que continuem a dar com o mesmo espírito o vosso máximo ás corporações.
E agora que prevêem um mês de Agosto quente um bom trabalho para vocês e sabem que se necessitarem e só apitar.
sábado, 14 de julho de 2007
MEMORIAS DO PRESENTE
Não quero dizer nomes porque acho que não estaria a ser correcto mas estes últimos dias senti uma tristeza enorme ao saber que uma pessoa pela qual tinha um grande carinho faleceu de doença prolongada.
Uma pessoa que sofreu durante muito tempo da sua vida, primeiro porque o seu marido, um senhor com uma força de vontade enorme de viver ficou acamado durante mais de 10 anos, e necessitava de todas as forças da família, depois porque lhe foi detectada uma doença que não tem cura, e que vai degradando a pessoa lentamente, lembro-me que mesmo com a perda de memoria e o facto de não reconhecer algumas pessoas raras foram as vezes que não me reconheceu, nas visitas que fazíamos aos fins de semana.
Essa força de vontade de viver e de dar o melhor aos seus familiares nomeadamente a sua neta deixa me uma grande lição de vida que nunca vou esquecer mas sim aplicar no meu futuro. Um bem-haja e que estejam os dois juntos agora sem o sofrimento de tantos anos. Estão os dois guardados no meu coração.
quarta-feira, 11 de julho de 2007
O LIVRO DE POEMAS PENA E PLUMA
O lançamento do livro está previsto para o dia 14 de Julho, em edição bilingue, português/espanhol, em conjunto com outros três autores estrangeiros: Sarabanda, poesia de Ana Rusche; O Elemento Subterrâneo, poesia de Victor Del Franco; e a novela experimental História Impossível, de Furio Lonza.
Sónia Bettencourt nasceu em 1977, em Angra do Heroísmo. Colabora como jornalista em diversos jornais e revistas, rádio e televisão. Como poeta, publicou Pena e Pluma (2003, Ed. de Autor). Com o conto Mar Vazio, venceu o Prémio Conto, categoria sénior, do Certame da Macaronésia de Jovens Artistas, Lanzarote, Canárias, 2005. Contos publicados na colectânea Eldorado, Vol.II (Brasil, 2006) e nas revistas Alhucema, 16 (Espanha, 2006); Magma, 3 (Açores, 2006); SeixoReview, 8 (Canadá, 2006) e Neo, 7 (Açores, 2007); Almiar Margen Cero (Espanha, 2007); CRU-A, 4 e 5 (Portugal, 2007); Minguante, 5 (Portugal, 2007); Mininas, 12 (Brasil, 2007).
terça-feira, 10 de julho de 2007
sábado, 30 de junho de 2007
terça-feira, 19 de junho de 2007
SEMANINHA DO CHICHARRO
É com grande espanto que me deparo com a informação de que a já afamada Semana do Chicharro da Ribeira Quente perdeu algumas das suas raízes.
quinta-feira, 14 de junho de 2007
SERVIÇOS MUNICIPAIS DE PROTECÇÃO CIVIL
A Protecção Civil é uma atribuição da Autarquia, nos termos do Dec. Lei 100/84 de 29 de Março no seu artigo 2.° alínea J), competindo ao Presidente da Câmara, nos termos do Art.° 53 alínea I), dirigir o Serviço Municipal de Protecção Civil, em estreita colaboração com o Serviço Nacional de Protecção Civil e no nosso caso com o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores..
As Câmaras Municipais têm de estar atentas às necessidades de segurança de pessoas e bens na área do seu município, e tendo por objectivo não só a formação e a informação tendentes a uma eficiente prevenção, mas também uma actuação eficaz, coordenada e oportuna de todos os intervenientes nas operações em situação de emergência, delibera aprovar o projecto de alteração integral e submeter à Assembleia Municipal o novo Regulamento do Serviço Municipal de Protecção Civil.
Os SMPCs, devidamente integrados no quadro legal existente, atende à situação geográfica, à caracterização do concelho, à população residente e flutuante, ao património cultural e natural existente e às actividades económicas desenvolvidas, criando uma estrutura que, embora integrando todos os intervenientes nas vertentes de risco recenseadas, se manifeste simples, oportuna e eficaz nas situações de crise.
Atendendo à especialidade e à especificidade próprias de cada uma das instituições intervenientes, as áreas que compõem os SMPCs, devem apresentar grupos de trabalho o mais reduzidos possível, por forma a poder responder com eficácia e eficiência às exigências operacionais ou aos objectivos que se pretendem atingir.
sexta-feira, 8 de junho de 2007
NOVO ESPAÇO RESIDENCIAL - O BAIRRO DE REALOJAMENTO - EXCERTO DO MEU RELATORIO DE FINAL DE CURSO
O bairro é entendido como uma unidade espacial mais restrita do que a unidade urbana. No caso especifico dos bairros de realojamento, estes são, geralmente, uma área fisicamente bem delimitada, encontrando-se numa situação de algum contraste com o meio envolvente.
A construção dos bairros sociais caracterizou-se até hoje, por uma certa “megalomania arquitectónica”, como defende Nuno Miguel Augusto, baseada em construções em altura, capazes de realojar o maior número possivel de famílias, reduzindo assim, num menor espaço de tempo, as situações de degradação habitacional, ou seja, destruindo o maior número de barracas e/ou casas degrdadas. (Augusto,2000).
A maioria dos estudos aponta para uma rudimentariedade das condições dos espaços de habitação social. Para além da elevada concentração urbanística de enormes construções em altura (Ferreira,1994), destacam-se igualmente o fraco investimento em equipamentos colectivos, como os espaços de lazer, de desporto e de ocupação de tempos livres (Pinto, 1994), ou a deficiente construção e arranjo dos espaços exteriores aos fogos (Guerra, 1994).
Por outro lado, é constatação generalizada que a estandartização arquitectónica, conjugada com a segregação a que estes espaços se vêem entregues, conduz a uma ampliação da estigmatização, face à sua fácil identificação. A “rotulagem” a que estes bairros se vêem sujeitos – “bairros dos pobres”, “bairro operário”, etc. – contribui igualmente para uma segregação simbólica destes espaços e dificulta ainda mais a plena inserção dos actores no espaço urbano e a apropriação do seu espaço em particular.
Sendo espaços fortemente estigmatizados, os bairros sociais caracterizam-se essencialmente por uma identidade negativa, que resulta em grande parte da assimilação das críticas exteriormente atribuidas ao bairro. Esta negatividade na avaliação do espaço residencial condiciona obviamente as formas de apropriação dete espaço bem como as posibilidades de enraizamento e identidade locais.
No bairro da Barroca, importa perceber como os habitantes aí realojados percepcionam e apropriam e vivem esse mesmo espaço, mas também a forma como se relacionam e apropriam o espaço exterior ao bairro de residencia.
No que respeita ao modo como os indivíduos percepcionam, apropriam e vivem o espaço onde foram realojados, tratando-se de um espaço onde a vida social e quotidiana tem ainda de ser “inventada” (por este ser um novo bairro), e tendo em consideração que nesse mesmo epaço, se irão encontrar indivíduos com actividades e práticas sociais nem sempre semelhantes e talvez ainda com aspirações, projectos e imaginário nem sempre coincidentes, a apropriação e o uso do espaço (público) de residência terá de ser “ negociado”.
No caso do bairro da Barroca os indivíduos embora sejam oriundos das mais variadas aldeias do Concelho têm um sentimento de pertença ao conjunto do Concelho não se verificando as assimetrias de cultura evidenciadas nos diversos estudos sobre bairros de habitação social. Talvez pelo facto de estarmos a falar de um Município do interior caracterizado como meio rural as prespectivas de análise têm de ser diferentes os problemas não são os mesmos, são pessoas muito mais “iguais” na sua forma de estar, pensar.
A exclusão do bairro do tecido urbano quase não se verifica e como tal os indivíduos aí residentes não se sentem excluídos desta nova sociedade que os acolheu. Todos os conhecem mesmo quando não sabem o seu nome sabem o nome de familiares seus.
quinta-feira, 7 de junho de 2007
FESTA DO CORPO DE DEUS NA POVOAÇÃO
Toda a envolvência nos preparativos, a grandeza dos seus tapetes e ornamentação das ruas, trouxeram a esta vila muitos visitantes de Toda a Ilha e muitos dos nossos emigrantes espalhados pelo Mundo.
Os tempos alteram-se e as caras que eu estava acostumado a ver nas ruas desta vila estão a desaparecer, recordo que muitas dessas pessoas já tinham alguma idade e que hoje não podem tão activamente participar nos preparativos desta festa mas também reparo que algumas das mais emblemáticas tradições estão a morrer.
Recordo a minha antiga rua como uma das que mais pessoas envolvia desde a terça feira nos preparativos, pintar os mastros, as grades, os ”polins”, hoje ao passar não vi nada disso senti um vazio para mim falta qualquer coisa nesta festa, não e só a chuva que esta a estragar a grandeza desta festa mas já não vejo o mesmo numero de pessoas a enfeitar as ruas.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Espaço Sociológico- Excerto do meu Relatório de Estágio de Final do Curso
De facto, o espaço é não somente uma existência sociológica per si, mas é, sobretudo, socialmente produzido. O espaço não aparece enquanto um mero suporte de relações, actividades e praticas, sendo ele próprio condicionador e indutor dessas mesmas relações e práticas. Os posicionamentos e as relações sociais têm uma dimensão espacial, a qual é estruturada, mas simultaneamente estruturante das práticas sociais. Neste sentido, o espaço é concebido como um componente dos sistemas de interacção.
O espaço (seja público ou privado) surge, tal como salientam J.Remy e L.Voyé (1992), como uma medição indispensável, onde se formam as concretizações particulares e se exprimem de maneira diferente as estruturas sociais e culturais. Não deve ser, pois, uma variável acessória, uma construção artificial a que apenas se recorre para contextualizar a acção social.
Segundo aqueles autores, o espaço é um dos elementos que influenciam as acções dos indivíduos, desempenhando um papel fundamental na construção e representação das organizações sociais; depois, podem existir, e existem efectivamente, diferentes lógicas de apropriação de um mesmo espaço.
Com isso não se quer dizer que autonomizamos o espaço como factor explicativo capaz de produzir de alguma forma efeitos específicos sobre a vida social, mas sim que o encaramos como “espaço social”, ou seja, um espaço socialmente produzido e apropriado, que implica um conjunto de práticas e representações diversificadas, eventualmente conflituais, por parte de actores estrategicamente colocados na estrutura social.
Assim sendo, o espaço social é não só socialmente apropriado, mas também socialmente produzido de acordo e em função de interesses e lógicas diversas, nem sempre coincidentes e, por isso mesmo, por vezes conflituais. O espaço não é neutral nem homogéneo, ou seja, há uma diferenciação e uma hierarquização do espaço, de onde resulta existirem espaços mais valorizados e espaços mais desvalorizados.
Neste sentido, também a apropriação e o uso do espaço não são socialmente aleatórias; pelo contrario, é algo que os diferentes grupos sociais e os indivíduos percepcionam, apropriam e vivem de modos distintos.
Para Isabel Guerra, o cerne da questão reside na indissociável articulação entre estrutura social e estrutura espacial, ou seja, « o espaço aparece como uma mediação indispensável, a partir da qual se formam situações especificas e se exprimem, de formas diferentes, as relações sociais, mediação essa essencialmente e através da qual se estabelecem relações concretas entre os agentes sociais.» (Guerra, 1987:78-79).