Novo espaço residencial – o bairro de realojamento
O bairro é entendido como uma unidade espacial mais restrita do que a unidade urbana. No caso especifico dos bairros de realojamento, estes são, geralmente, uma área fisicamente bem delimitada, encontrando-se numa situação de algum contraste com o meio envolvente.
A construção dos bairros sociais caracterizou-se até hoje, por uma certa “megalomania arquitectónica”, como defende Nuno Miguel Augusto, baseada em construções em altura, capazes de realojar o maior número possivel de famílias, reduzindo assim, num menor espaço de tempo, as situações de degradação habitacional, ou seja, destruindo o maior número de barracas e/ou casas degrdadas. (Augusto,2000).
A maioria dos estudos aponta para uma rudimentariedade das condições dos espaços de habitação social. Para além da elevada concentração urbanística de enormes construções em altura (Ferreira,1994), destacam-se igualmente o fraco investimento em equipamentos colectivos, como os espaços de lazer, de desporto e de ocupação de tempos livres (Pinto, 1994), ou a deficiente construção e arranjo dos espaços exteriores aos fogos (Guerra, 1994).
Por outro lado, é constatação generalizada que a estandartização arquitectónica, conjugada com a segregação a que estes espaços se vêem entregues, conduz a uma ampliação da estigmatização, face à sua fácil identificação. A “rotulagem” a que estes bairros se vêem sujeitos – “bairros dos pobres”, “bairro operário”, etc. – contribui igualmente para uma segregação simbólica destes espaços e dificulta ainda mais a plena inserção dos actores no espaço urbano e a apropriação do seu espaço em particular.
Sendo espaços fortemente estigmatizados, os bairros sociais caracterizam-se essencialmente por uma identidade negativa, que resulta em grande parte da assimilação das críticas exteriormente atribuidas ao bairro. Esta negatividade na avaliação do espaço residencial condiciona obviamente as formas de apropriação dete espaço bem como as posibilidades de enraizamento e identidade locais.
No bairro da Barroca, importa perceber como os habitantes aí realojados percepcionam e apropriam e vivem esse mesmo espaço, mas também a forma como se relacionam e apropriam o espaço exterior ao bairro de residencia.
No que respeita ao modo como os indivíduos percepcionam, apropriam e vivem o espaço onde foram realojados, tratando-se de um espaço onde a vida social e quotidiana tem ainda de ser “inventada” (por este ser um novo bairro), e tendo em consideração que nesse mesmo epaço, se irão encontrar indivíduos com actividades e práticas sociais nem sempre semelhantes e talvez ainda com aspirações, projectos e imaginário nem sempre coincidentes, a apropriação e o uso do espaço (público) de residência terá de ser “ negociado”.
No caso do bairro da Barroca os indivíduos embora sejam oriundos das mais variadas aldeias do Concelho têm um sentimento de pertença ao conjunto do Concelho não se verificando as assimetrias de cultura evidenciadas nos diversos estudos sobre bairros de habitação social. Talvez pelo facto de estarmos a falar de um Município do interior caracterizado como meio rural as prespectivas de análise têm de ser diferentes os problemas não são os mesmos, são pessoas muito mais “iguais” na sua forma de estar, pensar.
A exclusão do bairro do tecido urbano quase não se verifica e como tal os indivíduos aí residentes não se sentem excluídos desta nova sociedade que os acolheu. Todos os conhecem mesmo quando não sabem o seu nome sabem o nome de familiares seus.
O bairro é entendido como uma unidade espacial mais restrita do que a unidade urbana. No caso especifico dos bairros de realojamento, estes são, geralmente, uma área fisicamente bem delimitada, encontrando-se numa situação de algum contraste com o meio envolvente.
A construção dos bairros sociais caracterizou-se até hoje, por uma certa “megalomania arquitectónica”, como defende Nuno Miguel Augusto, baseada em construções em altura, capazes de realojar o maior número possivel de famílias, reduzindo assim, num menor espaço de tempo, as situações de degradação habitacional, ou seja, destruindo o maior número de barracas e/ou casas degrdadas. (Augusto,2000).
A maioria dos estudos aponta para uma rudimentariedade das condições dos espaços de habitação social. Para além da elevada concentração urbanística de enormes construções em altura (Ferreira,1994), destacam-se igualmente o fraco investimento em equipamentos colectivos, como os espaços de lazer, de desporto e de ocupação de tempos livres (Pinto, 1994), ou a deficiente construção e arranjo dos espaços exteriores aos fogos (Guerra, 1994).
Por outro lado, é constatação generalizada que a estandartização arquitectónica, conjugada com a segregação a que estes espaços se vêem entregues, conduz a uma ampliação da estigmatização, face à sua fácil identificação. A “rotulagem” a que estes bairros se vêem sujeitos – “bairros dos pobres”, “bairro operário”, etc. – contribui igualmente para uma segregação simbólica destes espaços e dificulta ainda mais a plena inserção dos actores no espaço urbano e a apropriação do seu espaço em particular.
Sendo espaços fortemente estigmatizados, os bairros sociais caracterizam-se essencialmente por uma identidade negativa, que resulta em grande parte da assimilação das críticas exteriormente atribuidas ao bairro. Esta negatividade na avaliação do espaço residencial condiciona obviamente as formas de apropriação dete espaço bem como as posibilidades de enraizamento e identidade locais.
No bairro da Barroca, importa perceber como os habitantes aí realojados percepcionam e apropriam e vivem esse mesmo espaço, mas também a forma como se relacionam e apropriam o espaço exterior ao bairro de residencia.
No que respeita ao modo como os indivíduos percepcionam, apropriam e vivem o espaço onde foram realojados, tratando-se de um espaço onde a vida social e quotidiana tem ainda de ser “inventada” (por este ser um novo bairro), e tendo em consideração que nesse mesmo epaço, se irão encontrar indivíduos com actividades e práticas sociais nem sempre semelhantes e talvez ainda com aspirações, projectos e imaginário nem sempre coincidentes, a apropriação e o uso do espaço (público) de residência terá de ser “ negociado”.
No caso do bairro da Barroca os indivíduos embora sejam oriundos das mais variadas aldeias do Concelho têm um sentimento de pertença ao conjunto do Concelho não se verificando as assimetrias de cultura evidenciadas nos diversos estudos sobre bairros de habitação social. Talvez pelo facto de estarmos a falar de um Município do interior caracterizado como meio rural as prespectivas de análise têm de ser diferentes os problemas não são os mesmos, são pessoas muito mais “iguais” na sua forma de estar, pensar.
A exclusão do bairro do tecido urbano quase não se verifica e como tal os indivíduos aí residentes não se sentem excluídos desta nova sociedade que os acolheu. Todos os conhecem mesmo quando não sabem o seu nome sabem o nome de familiares seus.