sábado, 30 de junho de 2007
terça-feira, 19 de junho de 2007
SEMANINHA DO CHICHARRO
SEMANINHA DO CHICHARRO
É com grande espanto que me deparo com a informação de que a já afamada Semana do Chicharro da Ribeira Quente perdeu algumas das suas raízes.
É com grande espanto que me deparo com a informação de que a já afamada Semana do Chicharro da Ribeira Quente perdeu algumas das suas raízes.
Deixou de ser uma Associação Local a organizar para ser a Câmara Municipal da Povoação que parece ter uma vocação inata para organizar este tipo de eventos...
Isto deve ser factor de reflexão neste concelho.
Uma Autarquia que deixa cair uma Associação com anos de prática na organização da Semana do Chicharro para ser ela própria a organizar, não faz sentido nos dias de hoje.
A iniciativa dos Agentes Locais deve ser ao contrário do que esta a fazer-se, incentivada e não motivo de inveja.
Proporcionar o estrangulamento financeiro de uma festa da dimensão da Semana do Chicharro com o objectivo de atrair a si a organização, deve ser entendido como um acto de malvadez e insensibilidade para com o movimento associativo.
A grandeza da Semana do Chicharro está reduzida a poucos dias. Estaremos cá para ver se essa pequenez se vai traduzir também numa redução de qualidade.
quinta-feira, 14 de junho de 2007
SERVIÇOS MUNICIPAIS DE PROTECÇÃO CIVIL
A Protecção Civil é, nos termos da Lei de Bases, "a actividade desenvolvida pelo Estado e pelos cidadãos", "de carácter permanente, multisectorial e multidisciplinar", "com a finalidade de prevenir riscos colectivos inerentes a situações de acidente grave, catástrofe ou calamidade, de origem natural ou tecnológica, e de atenuar os seus efeitos e socorrer as pessoas em perigo, quando aquelas situações ocorram" .
A Protecção Civil é uma atribuição da Autarquia, nos termos do Dec. Lei 100/84 de 29 de Março no seu artigo 2.° alínea J), competindo ao Presidente da Câmara, nos termos do Art.° 53 alínea I), dirigir o Serviço Municipal de Protecção Civil, em estreita colaboração com o Serviço Nacional de Protecção Civil e no nosso caso com o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores..
As Câmaras Municipais têm de estar atentas às necessidades de segurança de pessoas e bens na área do seu município, e tendo por objectivo não só a formação e a informação tendentes a uma eficiente prevenção, mas também uma actuação eficaz, coordenada e oportuna de todos os intervenientes nas operações em situação de emergência, delibera aprovar o projecto de alteração integral e submeter à Assembleia Municipal o novo Regulamento do Serviço Municipal de Protecção Civil.
Os SMPCs, devidamente integrados no quadro legal existente, atende à situação geográfica, à caracterização do concelho, à população residente e flutuante, ao património cultural e natural existente e às actividades económicas desenvolvidas, criando uma estrutura que, embora integrando todos os intervenientes nas vertentes de risco recenseadas, se manifeste simples, oportuna e eficaz nas situações de crise.
Atendendo à especialidade e à especificidade próprias de cada uma das instituições intervenientes, as áreas que compõem os SMPCs, devem apresentar grupos de trabalho o mais reduzidos possível, por forma a poder responder com eficácia e eficiência às exigências operacionais ou aos objectivos que se pretendem atingir.
A Protecção Civil é uma atribuição da Autarquia, nos termos do Dec. Lei 100/84 de 29 de Março no seu artigo 2.° alínea J), competindo ao Presidente da Câmara, nos termos do Art.° 53 alínea I), dirigir o Serviço Municipal de Protecção Civil, em estreita colaboração com o Serviço Nacional de Protecção Civil e no nosso caso com o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores..
As Câmaras Municipais têm de estar atentas às necessidades de segurança de pessoas e bens na área do seu município, e tendo por objectivo não só a formação e a informação tendentes a uma eficiente prevenção, mas também uma actuação eficaz, coordenada e oportuna de todos os intervenientes nas operações em situação de emergência, delibera aprovar o projecto de alteração integral e submeter à Assembleia Municipal o novo Regulamento do Serviço Municipal de Protecção Civil.
Os SMPCs, devidamente integrados no quadro legal existente, atende à situação geográfica, à caracterização do concelho, à população residente e flutuante, ao património cultural e natural existente e às actividades económicas desenvolvidas, criando uma estrutura que, embora integrando todos os intervenientes nas vertentes de risco recenseadas, se manifeste simples, oportuna e eficaz nas situações de crise.
Atendendo à especialidade e à especificidade próprias de cada uma das instituições intervenientes, as áreas que compõem os SMPCs, devem apresentar grupos de trabalho o mais reduzidos possível, por forma a poder responder com eficácia e eficiência às exigências operacionais ou aos objectivos que se pretendem atingir.
sexta-feira, 8 de junho de 2007
NOVO ESPAÇO RESIDENCIAL - O BAIRRO DE REALOJAMENTO - EXCERTO DO MEU RELATORIO DE FINAL DE CURSO
Novo espaço residencial – o bairro de realojamento
O bairro é entendido como uma unidade espacial mais restrita do que a unidade urbana. No caso especifico dos bairros de realojamento, estes são, geralmente, uma área fisicamente bem delimitada, encontrando-se numa situação de algum contraste com o meio envolvente.
A construção dos bairros sociais caracterizou-se até hoje, por uma certa “megalomania arquitectónica”, como defende Nuno Miguel Augusto, baseada em construções em altura, capazes de realojar o maior número possivel de famílias, reduzindo assim, num menor espaço de tempo, as situações de degradação habitacional, ou seja, destruindo o maior número de barracas e/ou casas degrdadas. (Augusto,2000).
A maioria dos estudos aponta para uma rudimentariedade das condições dos espaços de habitação social. Para além da elevada concentração urbanística de enormes construções em altura (Ferreira,1994), destacam-se igualmente o fraco investimento em equipamentos colectivos, como os espaços de lazer, de desporto e de ocupação de tempos livres (Pinto, 1994), ou a deficiente construção e arranjo dos espaços exteriores aos fogos (Guerra, 1994).
Por outro lado, é constatação generalizada que a estandartização arquitectónica, conjugada com a segregação a que estes espaços se vêem entregues, conduz a uma ampliação da estigmatização, face à sua fácil identificação. A “rotulagem” a que estes bairros se vêem sujeitos – “bairros dos pobres”, “bairro operário”, etc. – contribui igualmente para uma segregação simbólica destes espaços e dificulta ainda mais a plena inserção dos actores no espaço urbano e a apropriação do seu espaço em particular.
Sendo espaços fortemente estigmatizados, os bairros sociais caracterizam-se essencialmente por uma identidade negativa, que resulta em grande parte da assimilação das críticas exteriormente atribuidas ao bairro. Esta negatividade na avaliação do espaço residencial condiciona obviamente as formas de apropriação dete espaço bem como as posibilidades de enraizamento e identidade locais.
No bairro da Barroca, importa perceber como os habitantes aí realojados percepcionam e apropriam e vivem esse mesmo espaço, mas também a forma como se relacionam e apropriam o espaço exterior ao bairro de residencia.
No que respeita ao modo como os indivíduos percepcionam, apropriam e vivem o espaço onde foram realojados, tratando-se de um espaço onde a vida social e quotidiana tem ainda de ser “inventada” (por este ser um novo bairro), e tendo em consideração que nesse mesmo epaço, se irão encontrar indivíduos com actividades e práticas sociais nem sempre semelhantes e talvez ainda com aspirações, projectos e imaginário nem sempre coincidentes, a apropriação e o uso do espaço (público) de residência terá de ser “ negociado”.
No caso do bairro da Barroca os indivíduos embora sejam oriundos das mais variadas aldeias do Concelho têm um sentimento de pertença ao conjunto do Concelho não se verificando as assimetrias de cultura evidenciadas nos diversos estudos sobre bairros de habitação social. Talvez pelo facto de estarmos a falar de um Município do interior caracterizado como meio rural as prespectivas de análise têm de ser diferentes os problemas não são os mesmos, são pessoas muito mais “iguais” na sua forma de estar, pensar.
A exclusão do bairro do tecido urbano quase não se verifica e como tal os indivíduos aí residentes não se sentem excluídos desta nova sociedade que os acolheu. Todos os conhecem mesmo quando não sabem o seu nome sabem o nome de familiares seus.
O bairro é entendido como uma unidade espacial mais restrita do que a unidade urbana. No caso especifico dos bairros de realojamento, estes são, geralmente, uma área fisicamente bem delimitada, encontrando-se numa situação de algum contraste com o meio envolvente.
A construção dos bairros sociais caracterizou-se até hoje, por uma certa “megalomania arquitectónica”, como defende Nuno Miguel Augusto, baseada em construções em altura, capazes de realojar o maior número possivel de famílias, reduzindo assim, num menor espaço de tempo, as situações de degradação habitacional, ou seja, destruindo o maior número de barracas e/ou casas degrdadas. (Augusto,2000).
A maioria dos estudos aponta para uma rudimentariedade das condições dos espaços de habitação social. Para além da elevada concentração urbanística de enormes construções em altura (Ferreira,1994), destacam-se igualmente o fraco investimento em equipamentos colectivos, como os espaços de lazer, de desporto e de ocupação de tempos livres (Pinto, 1994), ou a deficiente construção e arranjo dos espaços exteriores aos fogos (Guerra, 1994).
Por outro lado, é constatação generalizada que a estandartização arquitectónica, conjugada com a segregação a que estes espaços se vêem entregues, conduz a uma ampliação da estigmatização, face à sua fácil identificação. A “rotulagem” a que estes bairros se vêem sujeitos – “bairros dos pobres”, “bairro operário”, etc. – contribui igualmente para uma segregação simbólica destes espaços e dificulta ainda mais a plena inserção dos actores no espaço urbano e a apropriação do seu espaço em particular.
Sendo espaços fortemente estigmatizados, os bairros sociais caracterizam-se essencialmente por uma identidade negativa, que resulta em grande parte da assimilação das críticas exteriormente atribuidas ao bairro. Esta negatividade na avaliação do espaço residencial condiciona obviamente as formas de apropriação dete espaço bem como as posibilidades de enraizamento e identidade locais.
No bairro da Barroca, importa perceber como os habitantes aí realojados percepcionam e apropriam e vivem esse mesmo espaço, mas também a forma como se relacionam e apropriam o espaço exterior ao bairro de residencia.
No que respeita ao modo como os indivíduos percepcionam, apropriam e vivem o espaço onde foram realojados, tratando-se de um espaço onde a vida social e quotidiana tem ainda de ser “inventada” (por este ser um novo bairro), e tendo em consideração que nesse mesmo epaço, se irão encontrar indivíduos com actividades e práticas sociais nem sempre semelhantes e talvez ainda com aspirações, projectos e imaginário nem sempre coincidentes, a apropriação e o uso do espaço (público) de residência terá de ser “ negociado”.
No caso do bairro da Barroca os indivíduos embora sejam oriundos das mais variadas aldeias do Concelho têm um sentimento de pertença ao conjunto do Concelho não se verificando as assimetrias de cultura evidenciadas nos diversos estudos sobre bairros de habitação social. Talvez pelo facto de estarmos a falar de um Município do interior caracterizado como meio rural as prespectivas de análise têm de ser diferentes os problemas não são os mesmos, são pessoas muito mais “iguais” na sua forma de estar, pensar.
A exclusão do bairro do tecido urbano quase não se verifica e como tal os indivíduos aí residentes não se sentem excluídos desta nova sociedade que os acolheu. Todos os conhecem mesmo quando não sabem o seu nome sabem o nome de familiares seus.
quinta-feira, 7 de junho de 2007
FESTA DO CORPO DE DEUS NA POVOAÇÃO
A Festa do Corpo de Deus na Povoação sempre foi a festa religiosa a seguir ao Santo Cristo que mais visibilidade deu a Ilha de S.Miguel.
Toda a envolvência nos preparativos, a grandeza dos seus tapetes e ornamentação das ruas, trouxeram a esta vila muitos visitantes de Toda a Ilha e muitos dos nossos emigrantes espalhados pelo Mundo.
Os tempos alteram-se e as caras que eu estava acostumado a ver nas ruas desta vila estão a desaparecer, recordo que muitas dessas pessoas já tinham alguma idade e que hoje não podem tão activamente participar nos preparativos desta festa mas também reparo que algumas das mais emblemáticas tradições estão a morrer.
Recordo a minha antiga rua como uma das que mais pessoas envolvia desde a terça feira nos preparativos, pintar os mastros, as grades, os ”polins”, hoje ao passar não vi nada disso senti um vazio para mim falta qualquer coisa nesta festa, não e só a chuva que esta a estragar a grandeza desta festa mas já não vejo o mesmo numero de pessoas a enfeitar as ruas.
“As tradições já não são o que eram” diz muita gente mas devemos lutar para que não se perca mais uma bonita festa neste concelho que muita gente trazia as nossas ruas, que visitavam a Povoação.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Espaço Sociológico- Excerto do meu Relatório de Estágio de Final do Curso
A importância e o valor atribuídos ao espaço tem sido uma constante, quer ao nível da sua acepção geográfica quer ao nível da sua dimensão e valor económico, social, simbólico, cultural e afectivo.
De facto, o espaço é não somente uma existência sociológica per si, mas é, sobretudo, socialmente produzido. O espaço não aparece enquanto um mero suporte de relações, actividades e praticas, sendo ele próprio condicionador e indutor dessas mesmas relações e práticas. Os posicionamentos e as relações sociais têm uma dimensão espacial, a qual é estruturada, mas simultaneamente estruturante das práticas sociais. Neste sentido, o espaço é concebido como um componente dos sistemas de interacção.
O espaço (seja público ou privado) surge, tal como salientam J.Remy e L.Voyé (1992), como uma medição indispensável, onde se formam as concretizações particulares e se exprimem de maneira diferente as estruturas sociais e culturais. Não deve ser, pois, uma variável acessória, uma construção artificial a que apenas se recorre para contextualizar a acção social.
Segundo aqueles autores, o espaço é um dos elementos que influenciam as acções dos indivíduos, desempenhando um papel fundamental na construção e representação das organizações sociais; depois, podem existir, e existem efectivamente, diferentes lógicas de apropriação de um mesmo espaço.
Com isso não se quer dizer que autonomizamos o espaço como factor explicativo capaz de produzir de alguma forma efeitos específicos sobre a vida social, mas sim que o encaramos como “espaço social”, ou seja, um espaço socialmente produzido e apropriado, que implica um conjunto de práticas e representações diversificadas, eventualmente conflituais, por parte de actores estrategicamente colocados na estrutura social.
Assim sendo, o espaço social é não só socialmente apropriado, mas também socialmente produzido de acordo e em função de interesses e lógicas diversas, nem sempre coincidentes e, por isso mesmo, por vezes conflituais. O espaço não é neutral nem homogéneo, ou seja, há uma diferenciação e uma hierarquização do espaço, de onde resulta existirem espaços mais valorizados e espaços mais desvalorizados.
Neste sentido, também a apropriação e o uso do espaço não são socialmente aleatórias; pelo contrario, é algo que os diferentes grupos sociais e os indivíduos percepcionam, apropriam e vivem de modos distintos.
Para Isabel Guerra, o cerne da questão reside na indissociável articulação entre estrutura social e estrutura espacial, ou seja, « o espaço aparece como uma mediação indispensável, a partir da qual se formam situações especificas e se exprimem, de formas diferentes, as relações sociais, mediação essa essencialmente e através da qual se estabelecem relações concretas entre os agentes sociais.» (Guerra, 1987:78-79).
De facto, o espaço é não somente uma existência sociológica per si, mas é, sobretudo, socialmente produzido. O espaço não aparece enquanto um mero suporte de relações, actividades e praticas, sendo ele próprio condicionador e indutor dessas mesmas relações e práticas. Os posicionamentos e as relações sociais têm uma dimensão espacial, a qual é estruturada, mas simultaneamente estruturante das práticas sociais. Neste sentido, o espaço é concebido como um componente dos sistemas de interacção.
O espaço (seja público ou privado) surge, tal como salientam J.Remy e L.Voyé (1992), como uma medição indispensável, onde se formam as concretizações particulares e se exprimem de maneira diferente as estruturas sociais e culturais. Não deve ser, pois, uma variável acessória, uma construção artificial a que apenas se recorre para contextualizar a acção social.
Segundo aqueles autores, o espaço é um dos elementos que influenciam as acções dos indivíduos, desempenhando um papel fundamental na construção e representação das organizações sociais; depois, podem existir, e existem efectivamente, diferentes lógicas de apropriação de um mesmo espaço.
Com isso não se quer dizer que autonomizamos o espaço como factor explicativo capaz de produzir de alguma forma efeitos específicos sobre a vida social, mas sim que o encaramos como “espaço social”, ou seja, um espaço socialmente produzido e apropriado, que implica um conjunto de práticas e representações diversificadas, eventualmente conflituais, por parte de actores estrategicamente colocados na estrutura social.
Assim sendo, o espaço social é não só socialmente apropriado, mas também socialmente produzido de acordo e em função de interesses e lógicas diversas, nem sempre coincidentes e, por isso mesmo, por vezes conflituais. O espaço não é neutral nem homogéneo, ou seja, há uma diferenciação e uma hierarquização do espaço, de onde resulta existirem espaços mais valorizados e espaços mais desvalorizados.
Neste sentido, também a apropriação e o uso do espaço não são socialmente aleatórias; pelo contrario, é algo que os diferentes grupos sociais e os indivíduos percepcionam, apropriam e vivem de modos distintos.
Para Isabel Guerra, o cerne da questão reside na indissociável articulação entre estrutura social e estrutura espacial, ou seja, « o espaço aparece como uma mediação indispensável, a partir da qual se formam situações especificas e se exprimem, de formas diferentes, as relações sociais, mediação essa essencialmente e através da qual se estabelecem relações concretas entre os agentes sociais.» (Guerra, 1987:78-79).
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